A História da Bruxaria
- Pandora taróloga
- 15 de fev. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 30 de jan.

Para entender como as bruxas se tornaram inimigas públicas nº1, é preciso retroceder alguns séculos e conhecer sua origem histórica. As bruxas e bruxos mais antigos usavam feitiços e invocavam espíritos para pedir ajuda. Porém, acreditava-se que estas pessoas estariam a serviço do diabo.
É incerto o momento exato em que as bruxas entraram na história, mas um dos registros mais antigos delas se encontra na Bíblia no livro de Samuel, que acredita-se ter sido escrito entre 931 A.C. e 721 A.C., e conta a história de quando o rei Saul procurou a bruxa de Endor para invocar o espirito do falecido profeta Samuel, que o ajudaria a derrotar o exército filisteu.
A bruxa teria acordado Samuel de seu sono eterno e o profeta teria então previsto a morte de Saul e de seus filhos. A Bíblia diz que no dia seguinte, os filhos de Saul morreram em combate e o rei cometeu suicídio. Outro versículo bíblico que cita a bruxaria está no livro Êxodo, que conta a história de como os israelitas fugiram da escravidão no Egito. O versículo diz: “tu não deverás permitir que uma bruxa viva!”. Outras passagens da Bíblia ainda alertam sobre adivinhações, cânticos ou usar bruxas para contactar os mortos.

Vários povos não tinham qualquer tipo de problema com a bruxaria, como os egípcios, os celtas e tribos nômades. Porém, na metade do século XV a histeria em torno das bruxas e sua suposta associação com satanismo desencadeou uma perseguição sem precedentes – e que resultou em estigmas levados a sério até hoje. Isso ocorreu no mesmo momento em que os romanos expandiram seu império sobre o continente e o cristianismo se tornou a religião dominante. A Igreja Católica ditava as leis e passou a considerar adivinhação e rituais mágicos heresia, o que iniciou as caçadas em países como Itália e Espanha.

Os missionários que pregavam em áreas afastadas começaram a associar infortúnios a uma conspiração satânica, o que espalhou ainda mais o pânico entre camponeses. Em um século, as caças as bruxas se tornaram comuns e seus principais alvos se tornaram mulheres solteiras, viúvas, ou qualquer outra que vivesse à margem da sociedade. Elas eram torturadas para confessar sua bruxaria e depois eram assassinadas por enforcamento ou queimadas em fogueiras.

A publicação do livro Malleus Maleficarum, escrito por dominicanos alemães em 1486, padronizou e viralizou a perseguição. Conhecido como “O Martelo das Bruxas”, o livro se tornou um grande guia de como identificar e caçar bruxas.
Uma segunda onde de caça às bruxas surgiu no final do século XVI, com o surgimento do movimento protestante. Na Inglaterra, a Igreja Anglicana passou a considerar qualquer tipo de magia heresia e defendia que bruxas eram iludidas pelo diabo.
Tanto católicos como protestantes perseguiram com ainda mais brutalidade as supostas praticantes de bruxaria, ampliando esta perseguição a suas colônias na América do Norte.
Entre os anos de 1500 e 1660, cerca de 80 mil pessoas acusadas de bruxaria foram mortas na Europa. Aproximadamente 80% delas eram mulheres supostamente luxuriosas e em conspiração com o diabo. Quase meio milênio já se passou e o que não morreu foi o estigma em torno da bruxaria, que ainda causa perseguição e morte de pessoas em várias partes do mundo. Praticantes de magia do mundo moderno ainda sofrem com o estereótipo de uma caçada que dizimou dezenas de milhares de vidas.

O que buscamos hoje, é o respeito, respeito não só à bruxaria, mas a toda manifestação de crença, seja cristão, protestante, monge, ateu. Cada ser é único na sua essência e isso é o importante. Que todos nós saibamos conviver com as diferenças e buscar o respeito mútuo.
Beijos de luz, Namastê, Optchá, Axé, Amém!
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